O confronto de idéias, faz com que
umas das vias pelas quais tomamos consciência de nós mesmos e o diálogo com
Portugal. A fase culminante da nossa afirmação, a independência política e o
nacionalismo literário do Romantismo, se processou pela negação dos valores
portugueses até que a autoconfiança do
amadurecimento nos levasse a superar, no velho dialogo, esta fase de rebeldia.
Na literatura brasileira há dois
momentos decisivos que mudam os rumos e vitalizam toda a inteligência: o
Romantismo, no século XIX, e o Modernismo no século XX. Ambos representam fases
culminantes de particularismo literário no confronto de idéias. Comparada com a
fase seguinte (1922-1945), a literatura aparece aí como literatura de
permanência. O regionalismo aparece com
a publicação de Os sertões de Euclides da Cunha, em 1902, assim como a
divulgação dos estudos de etnografia e folclore.
A semana de Arte moderna foi o
catalisador da nova literatura, coordenando graça ao seu dinamismo e ousadia de
alguns protagonistas. No terreno literário, os novos encontraram duas tendência
literárias, a primeira se amparava na pesquisa lírica de intenção psicológica, as
duas referidas tendências combinadas entre si. Vistas de conjunto parece uma
solução literária e ideológica frágil e
pouco construtiva. O modernismo rompe com as duas tendências.
Na nossa cultura há uma ambigüidade
fundamental: a de sermos um povo latino de herança cultural européia, mais
etnicamente mestiço, situado no trópico, influenciado por culturas primitivas.
Dentro desta visão cultural que por
muito tempo mostrou uma fragilidade de nossa cultura, e assim forçava a nos
esconder dentro da cultura européia, como por exemplo a europeização do índio.
O modernismo rompe com estes estado de coisas, as nossas deficiências são
reinterpretadas como superioridades.
O decênio mais importante é o de 1930, a literatura e e o
pensamento se igualam numa grande arrancada. A prosa, liberta amadurecida , se
desenvolve no romance e no conto. Ao lado do da ficção o ensaio
histórico-sociolólgico é o desenvolvimento mais interessante do período. Depois
de 1940, vamos percebendo a constituição de um período novo, até 1945, vemos
uma produção intensa, favorecida por um grande surto editorial.
O Modernismo representa um esforço brusco e feliz de reajustamento
cultural, apesar da cultura intelectual se haver desenvolvido em ritmo acelerado.
Dentro dessa visão, observamos que o
desenvolvimento literário, não será só de responsabilidade dos atuais
intelectuais mais de uma postura cultural, que observe o seu eu, e dentro de
uma temática naturalista provoque criações e que os intelectuais reajam e
reagirão, em favor de novos valores da
vida e da arte.
Por: Renato J. Santana
Por: Renato J. Santana
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