Luciano Gomes
Aluno de Letras Português/Inglês – 1º período
Disciplina: Teoria e Prática de Texto
Prof.ª Silvana
A linguagem é tão antiga quanto o
é a existência humana. Nós seres humanos, estabelecemos relações muito
complexas uns com os outros, por meio de gestos, posturas, olhares, sons,
contato físico, olfato. Entretanto, a comunicação, que é uma capacidade
inerente a todos os seres vivos, parece ser negligenciada por uma postura
superior adotada pelos docentes. Nesta via, que não é de mão única, compreender
e ser compreendido naquilo que pretendemos expressar por meio da fala, deve nos
sensibilizar ao ponto de considerarmos as nossas práticas cotidianas de
aprendizagem, corroborando
com esta ideia permita-me dar o exemplo do que foi dito pelo prof. Vicente
Masip em um curso de capacitação para educadores na UFPE:
A
criança ingressa na escola falando perfeitamente o português. Esse fato
extraordinário, porém; pouco sensibiliza os alfabetizadores, preocupados apenas
por ensinar seus alunos a ler e escrever. [Curso de: Fonologia e ortografia
portuguesas, ministrado pelo Prof. Vicente Masip por ocasião de um projeto de
extensão na UFPE em Julho de 2010 no auditório do CAC]
Nós professores temos incutido em
nossa formação o reproduzir o que aprendemos, de sorte que; tirar esse manto
que encobre os prazeres do ensino/aprendizagem é descobrir que a vida é rica em
ensinar coisas que não se aprendem na escola, e é preciso que professores e
alunos partilhem saberes que irão constituir uma educação significativa e prazerosa.
Se eu sei escutar bem, é óbvio que saberei responder bem. Nesta Via de mão dupla,
a comunicação pela linguagem cotidiana do educador e educando, deveria fazer
parte fundamental nos saberes do educador. Esta dificuldade de interagir é um problema
da educação tradicional arraigada em nossa formação como diz (ALVES, 2010,
p.27): “O aprendizado do ouvir não se
encontra em nossos currículos. A prática educativa tradicional se inicia com a
palavra do professor.”
A criança é vista como
material a ser moldado. Os conhecimentos que traz, as informações que possui,
as relações que estabelece, as habilidades que desenvolve em seu cotidiano, o
fato de ser um sujeito participante da vida social, e que pertence a uma
determinada classe, não são consideradas na pré-escola. Sua vida não é reconhecida
como objeto de conhecimento e real articuladora de seu conhecimento sobre o
mundo. (Esteban, 2001. p.25)
Deste modo, a preparação dos
educadores deve receber uma especial atenção, devido ao elevado grau de relevância
em suas funções. O papel do profissional educador na sociedade é vital para a
formação do indivíduo na sociedade, ele não prepara apenas outros profissionais
qualificados em diversas áreas das ciências, ele lida com vidas, pessoas, não com
máquinas. A relevância disto está na responsabilidade de lidar com indivíduos
que serão o futuro de uma nação, homens e mulheres aptos a viverem e relacionarem-se
bem em sociedade. O profissional educador deve ser competente em oferecer
ferramentas que possibilitem a interação social da criança em sua fase estrutural
fundamental, os erros praticados pelos educadores nesta fase do aprendizado da
criança podem trazer graves consequências para esta criança.
“A primeira infância é um momento em que as estruturas
fundamentais da pessoa são organizadas. Os erros educativos nessa fase têm,
portanto, consequências das mais graves. É preciso oferecer aos professores da
educação infantil um elevado nível de formação”.(Perrenoud, 2008, p.89)
Portanto, promover ações que possibilitem aos profissionais educadores uma melhor interação por meio da linguagem comunicativa é fazer com que, em suas práticas cotidianas, o trânsito flua sem congestionamentos. Metaforicamente falando isto significa que, a comunicação exige um vasto repertório de habilidades em um processamento intrapessoal e interpessoal, ouvir, observar, falar, questionar, analisar e avaliar. Estas habilidades deve fazer parte do grande repertório de competências pedagógicas do educador, negligenciar ou simplesmente ignorar estas habilidades é quebrar um carro em uma grande avenida no horário de pico. Compete deste modo, aos educadores, deixarem fluir este trânsito.
Bibliografia e fontes:
1. ALVES,
Rubem. Educação dos sentidos e mais... 6ª Edição. Campinas SP. Ed.
Verus, 2010.
2. PERRENOUD,
Philippe. Dez novas Competências para ensinar. Reimpressão 2008, Porto Alegre: Editora
Artmed, 2000.3. Maria Teresa Esteban é Doutora em Educação pela Universidade de Santiago de Compostela e Professora da Faculdade de Educação da UFF. Disponível em: http://www.professorthometavares.com.br/downloads/Dos%20saberes%20a%20pratica%20pedagogica%20na%20educacoo%20infantil.pdf
4.
Curso de:
Fonologia e ortografia portuguesas, ministrado pelo Prof. Vicente Masip por
ocasião de um projeto de extensão na UFPE em Julho de 2010 no auditório do CAC.